A exposição Arte, Gênero e Ativismo é a primeira proposta artística de caráter feminista e queer realizada no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, precisamente, na Pinacoteca Feevale, no período de 09 de novembro - 27 de novembro de 2012. Coincide com o dia 25 de novembro: Dia Internacional de Combate de Violência contra Mulher. É uma exposição resultante do trabalho de pesquisa que desenvolvo com o apoio do Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS). É, também, uma curadoria que estou realizando como ação artística emergente e experimental a ser cadastrada no Centro de Documentação Eletrônica, que tem como lócus a Pinacoteca Feevale, com apoio da Fapergs.
A mostra conta com a participação de artistas como:
a) Beth Moyses
b) Glauco Ferreira
c) Ninguém Nadie
d) Rosana Bortolin
e) Teresa Lenzi
Um dos propósitos que tenho como curadora é contribuir para a atualização de contextos artísticos na nossa região. A ideia é questionar as distintas recorrências formalistas que obstaculizam a produção de arte contemporânea brasileira. Ou seja, desejo ampliar as possibilidades de fazer arte que dialoguem com problemas globais.
Assim, pretendo mostrar as linguagens que as artistas estão configurando tanto para a discussão de conflitos identitários e de violência de gênero, quanto para a visualização de estratégias de resistência e supervivência autônomas.
Nesta curadoria, proponho a arte contemporânea como uma dimensão prática artística capaz de desnaturalizar contextos de racialização e de violência de gênero.
Quem visite a mostra poderá encontrar dispositivos, gestos, fotos, e imagens que acusam à construção do feminino como um mecanismo de poder e controle sobre o sujeito mulher, objetos produzidos a partir de lixo urbano, imagens de chuva de violência doméstica silenciada, ações "na cumplicidade", "em homenagem", "por pena", "como tributo", "para que não aconteça", "para acabar com a impunidade"... : "para produzir liberdade".
A exposição é isso: um sistema de alerta que antepõe à linguagem da arte contemporânea como uma instância para a transformação das nossas subjetividades e nossas práticas culturais, políticas, econômicas e educativas. O que acontece com uma acontece, pode acontecer ou aconteceu conosco.

Rosa Maria Blanca
Curadora da Exposição Arte, Gênero e Ativismo